Se um indivíduo tem osteoporose, é preciso se preocupar em ter uma oclusão adequada, evitar perder dentes e procurar um bom profissional. A qualidade da higiene bucal tem que ser impecável. A má higiene oral pode resultar em doenças mais graves para o paciente.

Por isso fizemos este artigo para falar sobre a osteoporose e a odontologia.

Você sabe o que é a osteoporose?

Trata-se de uma doença caracterizada pelo enfraquecimento dos ossos, deixando os mesmos mais frágeis e, portanto, aumentando o risco de ocorrerem fraturas em consequência a traumas de baixa intensidade. Por exemplo: sentar numa cadeira ou subir uma escada, traumas estes que acometem principalmente os ossos da bacia, do fêmur e do antebraço.

Essa doença nas últimas décadas, atraiu atenção especial da área da saúde em todo o mundo, pois os números de casos não param de subir. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento gradativo da população a tendência é que os casos subam nos índices. Além disso, temos um fator agravante, que é o fato de a doença ter caráter de progressão silenciosa.

Isto é, a maioria dos pacientes não relatam dor, por isso é conhecida como “doença silenciosa”. O diagnóstico é confirmado, em grande parte, quando já houve perda considerável da densidade de massa mineral óssea (cerca de 30% a 40%) resultando em fratura de algum osso do organismo.

 Como é feito o diagnóstico de osteoporose?

O diagnóstico é dado pelo médico reumatologista por meio da interpretação dos resultados do exame radiológico denominado Exame de Densitometria Óssea – DEXA, que avalia a densidade mineral óssea (DMO) em três regiões do corpo: coluna, cabeça do fêmur e antebraço. É um exame de custo relativamente elevado e dispõe de profissionais especializados para sua realização bem como o aparelho específico. O DEXA (Dual-Energy X-Ray Absorptiometry) é o exame considerado padrão-ouro para o diagnóstico da osteoporose.

O risco para a osteoporose vai ser obtido a partir dos resultados do T-Score em cada sítio avaliado. Esses valores podem ser expressos estatisticamente como o “Desvio Padrão da Média” dos valores médios mensurados em adultos e jovens, que padroniza a medida.

 E onde entra a Odontologia neste contexto da osteoporose?

Em diversas fases do tratamento odontológico é de extrema necessidade que o paciente tenha sua saúde oral em condições saudáveis para receber o tratamento, como no caso de prótese e implante dentário. Mas se o tecido ósseo, que dá suporte aos dentes, à gengiva e todas as estruturas do complexo dentomaxilofacial, não estiverem sadios, com baixa capacidade de regeneração óssea, o tratamento poderá não ter sucesso.

Na Odontologia precisamos ter em mente que o processo de remodelamento ósseo saudável, é fundamental para que tenhamos sucesso nos tratamentos. A remodelação óssea é um fenômeno que ocorre durante toda a vida do indivíduo e consiste num equilíbrio entre a formação de osso e a reabsorção do mesmo.

Mas na presença de algumas doenças ósseas pode apresentar-se comprometido, favorecendo maiores taxas de reabsorção. Ou seja, além da odontologia, precisar de um tecido ósseo firme e que sustente os dentes, é importante que o cirurgião-dentista tenha o conhecimento dos exames radiográficos e tomográficos.

A osteoporose interfere na saúde oral e sistêmica do indivíduo. Como a doença tem caráter sistêmico ela possui manifestações orais que podem “passar desapercebidas”, mas que se observadas precocemente podem ajudar a conter o avanço da doença e a não causar problemas que refletirão na cavidade bucal. Por exemplo: a redução acentuada do nível ósseo na maxila e mandíbula. Com esse intuito, diversas pesquisas têm sido realizadas para avaliar quais seriam os sinais e sintomas que poderiam se manifestar nos tecidos bucais e peribucais precocemente à instalação da doença e assim contribuir para o rastreio e diagnóstico precoce da doença. Para então, realizar do tratamento de doenças ósseas.

Vamos ressaltar dois aspectos que podem ser observados nas radiografias, com base nos estudos publicados: aspecto quantitativo do osso e aspecto qualitativo do osso.

 Aspectos quantitativos

Em relação aos aspectos quantitativos (que se referem à quantidade de osso), na literatura científica foi encontrada relação positiva entre os resultados da espessura da cortical mandibular (da base da mandíbula) com os valores do DEXA de indivíduos com osteoporose. Portanto, os autores concluíram que a radiografia apresenta a capacidade de premeditar se há diminuição de massa óssea no organismo, baseado nessa correlação positiva.

 Aspectos qualitativos

Numa avaliação qualitativa (que se refere à qualidade do osso) as avaliações das radiografias dentais demonstraram que o osso cortical mandibular se apresenta mais fino e poroso. A estrutura trabecular mais esparsa em indivíduos com osteoporose quando comparados à indivíduos sem a doença.

É interessante acompanhar o desenvolvimento tecnológico na área do diagnóstico odontológico. Atualmente, com o advento da Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico (TCFC) ou Cone Beam CT, muitos outros estudos estão sendo desenvolvidos com a finalidade de avaliação desses indicativos nos exames tomográficos. Assim, avaliando fatores de qualidade e quantidade óssea e sua correlação com uma série de fatores de risco para a osteoporose.

Existe também um método denominado de micro tomografia computadorizada que consiste num exame de raios X 3D capaz de predizer com precisão e confiabilidade todas as características estruturais do osso. Esse exame fornece dados de volume, área e espessura trabecular. É utilizado experimentalmente em estudos científicos e se mostrou muito útil na avaliação de osso saudável e osso osteoporótico, ajudando os cientistas a entenderem as particularidades em cada caso. Muitos artigos já foram publicados demonstrando sua aplicabilidade e compilando para as teorias sobre o tema nesta linha de pesquisa.

 Índices acerca da osteoporose

A osteoporose acomete ambos os sexos e de todas as idades, mas alguns fatores de risco podem interferir na distribuição da doença. Segundo a OMS, aproximadamente um terço das mulheres de raça branca, com idade acima de 65 anos tem osteoporose. No Brasil, os dados de estimativa apontam que milhares de mulheres poderão ficar inválidas nos próximos anos. Claro, se nada for feito para impedir.

Nós, cirurgiões-dentistas, que utilizamos radiografias em nossa rotina, precisamos atentar para a existência de possíveis sinais e sintomas de doenças sistêmicas, como é o caso da osteoporose. Podemos contribuir para a identificação precoce de pacientes inicialmente assintomáticos, os referenciando para tratamento especializado.

Espero que através deste artigo, você possa saber um pouco mais do que a nossa odontologia é capaz de fazer em prol do indivíduo, visando sempre o melhor tratamento e priorizando sua qualidade de vida.

Se você tem osteoporose comprovada e quer fazer um implante, procure um dos nossos especialistas, para que possamos avaliar o seu caso e escolher o melhor tratamento para você.